O uso de tecnologias de suporte pode fazer a diferença na rotina e nos cuidados:
Interação com a pessoa idosa
Tocar playlists de músicas
Lembrete de água e medicações
Ligar e apagar luzes
Chamada com a família
Esses dias estive com uma paciente muito querida e que apresenta dificuldades em aceitar ajuda de terceiros para as dificuldades do dia a dia: tomar medicações, lembrar das refeições e interagir com familiares. Ela diz que sempre foi muito independente e que aceitar a presença de cuidadores desconhecidos em sua rotina está sendo muito difícil. Para a minha surpresa, a família tem driblado esse desafio com criatividade. Presentearam a idosa com um dispositivo #alexa , que tem feito a diferença no dia a dia.
A Alexa é uma assistente virtual que passou a estar presente em muitos lares por conta dos dispositivos Echo. Desenvolvida pela Amazon , essa ferramenta conta com diversas funções que podem entreter, informar e também ter bastante utilidade no dia a dia. Existe uma discussão muito interessante entre profissionais da saúde quanto ao papel dessas tecnologias na assistência aos cuidados da pessoa com demência (listadas acima). O futuro aponta para um uso ainda mais robusto de Robôs e da "Internet das coisas" em outras situações:
Auxílio às compras
Função de guia / companhia
Auxílio nos cuidados pessoais
Perceber mudanças de humor do paciente
Detecção de quedas e pedido de ajuda (SAMU, família etc.)
Por outro lado, há um debate ético e humanístico por trás da incorporação crescente de tecnologias em nossas vidas. Os pesquisadores apontam ainda os desafios para o desenvolvimento desses dispositivos:
A tecnologia deve se basear em modelos teóricos sólidos
O desenvolvimento deve contar com especialistas, usuários, cuidadores e pacientes
A tecnologia deve ser segura quanto à privacidade de dados
A validação deve migrar de estudos descritivos para ensaios clínicos grandes, além de estudos de custo-efetividade
Sugestão de leitura:
Moyle W. The promise of technology in the future of dementia care. Nat Rev Neurol. 2019 Jun;15(6):353-359. doi: 10.1038/s41582-019-0188-y. * Dr. Breno Barbosa (https://drbrenobarbosa.com.br) é médico neurologista & PhD com foco em memória e envelhecimento pela USP (Universidade de São Paulo) e professor adjunto da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
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